sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

meu amor, chega-te....


“No quarto dormem os amantes, nos braços um do outro, maravilha que infelizmente não pode durar sempre, e é natural, um corpo é este corpo e não aquele, um corpo tem um princípio e um fim, começa na pele, e acaba nela, o que está dentro pertence-lhe, mas precisa de sossego, independência, autonomia de funcionamento, dormir abraçados exige uma harmonia de encaixes que o sono de cada um desajusta, acorda-se com o braço dormente, um cotovelo fincado nas costelas, e então dizendo baixinho, reunindo toda a ternura possível, meu amor, chega-te pra lá”.
José Saramago

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